Casa da Arquitectura recebeu a mais concorrida Semana da Reabilitação Urbana do Porto

De 12 a 14 de novembro, Matosinhos recebeu pela primeira vez a Semana da Reabilitação Urbana do Porto, uma estreia marcada por uma adesão histórica. O evento ultrapassou todas as expetativas, somando mais de 14.058 registos efetuados pelas 2.458 pessoas que passaram pela Casa da Arquitectura.

Foram três dias intensos, com conferências, debates, seminários e workshops distribuídos por dois palcos e um programa que reuniu mais de uma centena de oradores. Esta foi a edição mais robusta de sempre, com o maior número de parceiros, o maior volume de inscritos, a maior audiência e o maior impacto mediático. 

A Semana da Reabilitação Urbana apresentou no "Tanoaria", o maior pavilhão da Casa da Arquitectura, um grande espaço expositivo e de networking. Mais de 500 metros quadrados que acolheram as empresas parceiras da Semana da Reabilitação Urbana, empresas líderes nos seus segmentos.

Ao longo da semana, discutiu-se todo o ecossistema da habitação, desde as políticas públicas aos investimentos privados. Analisaram-se modelos de financiamento, estratégias para aumentar a oferta acessível e o papel das cooperativas de habitação. Identificaram-se territórios de oportunidade e deu-se voz a uma construção cada vez mais industrializada, eficiente e preparada para responder ao desafio de produzir mais, melhor e com maior previsibilidade.

Falando na sessão de abertura da Semana, Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, destacou que “a reabilitação faz-se em todas as dimensões, não só da habitação ou da construção, faz-se na educação, no estado social local, nos espaços verdes, na vivência e convivência, na implementação de projetos de cidade”. O ministro reconheceu também que “o mercado está expectante, nomeadamente sobre a questão do IVA”, explicando que “a intenção do Governo é retroagir ao momento da nossa decisão. É nossa intenção também que a liquidação do IVA seja feita por aquele que assinar o contrato de confiança com o Estado, ou seja, por quem irá vender a casa no final, abaixo daquele valor específico”, referiu.

Já Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, destacou que “somos o município que mais executa dentro dos prazos do PRR”, sublinhando que este resultado decorre de uma estratégia integrada que passa pela criação de novas áreas de reabilitação urbana e pela articulação entre instrumentos fiscais e políticas de habitação. Frisou ainda que o sucesso das políticas de reabilitação e habitação depende do envolvimento de toda a sociedade, uma vez que “nada conseguiremos se não formos capazes de envolver a comunidade”.

Por outro lado, Manuel Reis Campos, Presidente da AICCOPN, enfatizou que “a reabilitação urbana deve ser uma política de Estado e não uma medida conjuntural”, reforçando que “temos todos os instrumentos, diagnósticos e conhecimentos técnicos necessários. Sabemos o que falta fazer. É tempo de executar, de transformar promessas em resultados”.