Mercado
Escritórios: rendas em Lisboa sobem acima da média europeia
Nos primeiros nove meses do ano, as rendas de escritórios em Lisboa subiram 7,1% em termos homólogos, acima da média europeia; enquanto a taxa de disponibilidade continua abaixo da maioria dos seus congéneres europeus, conclui o mais recente relatório da Savills.
24/11/2025
De acordo com o European Office Occupational, relativo ao 3º trimestre de 2025, a ocupação de escritórios na Europa aumentou 3% entre janeiro e setembro face ao período homólogo, ao passo que as rendas prime registaram uma subida média de 4,9%.
Os mercados de Frankfurt (+76%), Dublin (+46%), Barcelona (+41%) e City de Londres (+18%) foram os mercados com o maior volume de absorção de escritórios, exibindo volumes bastante acima da média dos últimos cinco anos para igual período. Um resultado que, explica a Savills, reflete uma recuperação gradual da procura pelo setor tecnológico, assim como a resiliência dos serviços financeiros. Segundo a consultora, a incerteza política que tem afetado o ritmo de crescimento económico em França e na Alemanha tem afetado negativamente a atividade de arrendamento de escritórios, que está a demorar mais tempo a concretizar-se.
A taxa média de disponibilidade de escritórios na Europa manteve-se nos 9,3% no 3º trimestre. No caso dos ativos prime, este indicador situou-se abaixo dos 3% em vários dos mercados analisados, o que continua a exercer pressão ascendente sobre as rendas. Em Lisboa, embora a taxa média de disponobilidade de escritórios tenha registado uma ligeira subida homóloga, passando de 7,7% em 2024 para 7,8% em 2025, este movimento continua a refletir “a estabilidade e o equilíbrio do mercado local face à oferta limitada de produto de qualidade para ocupação”, lê-se no documento. Esta limitação continua a exercer pressão ascendente sobre as rendas, que na capital portuguesa aumentaram 7,1% em termos homólogos.
No contexto europeu, a subida das rendas prime foi liderada pelos mercados mais consolidados, nomeadamente o do West End londrino, com uma subida homóloga de 17%, e o centro de negócios de Paris e Frankfurt, ambos com subidas de 13%.
Olhando em diante, “esperamos um aumento gradual da ocupação em 2026, à medida que os ocupantes retomam a sua atividade, apesar da incerteza geopolítica. A escassez de oferta de produto prime nas principais zonas centrais de negócios deverá continuar a sustentar o crescimento das rendas e a despertar, progressivamente, o interesse ao longo de 2026”, comenta Christina Sigliano, EMEA Head of Global Occupier Services da Savills.
Embora ainda abaixo do valor de referência pré-pandemia (70%), a Savills nota ainda que a taxa média de ocupação de escritórios europeus subiu ligeiramente no último ano, de 60% para 61%. Um movimento que, refere a consultora, “coincide com um número crescente de empresas que reforçam as suas políticas de trabalho presencial”, numa altura em que “consultoras, bancos e sociedades gestoras de fundos estão, cada vez mais, a exigir que os seus colaboradores estejam no escritório pelo menos quatro dias por semana”.