Opinião
Liderança feminina no imobiliário: um caminho de crescimento e impacto
22/04/2025

Historicamente, o imobiliário tem sido um ramo maioritariamente dominado por homens. Não obstante, nos últimos anos temos vindo a assistir a uma mudança significativa, com as mulheres a conquistarem cada vez mais espaço e reconhecimento neste mercado. Em Portugal, cerca de um terço dos cargos de liderança no imobiliário são ocupados por mulheres, com uma tendência crescente para a participação feminina neste setor e em setores adjacentes, como o da construção, o da engenharia, o da arquitetura e do urbanismo.
A liderança feminina no imobiliário é hoje uma realidade em ascensão, impulsionada pelo talento, pela dedicação, pela resiliência e pela capacidade de inovação que muitas – e cada vez mais – mulheres trazem para o mercado. As características frequentemente associadas à função de um bom líder, como a empatia, a comunicação eficaz e a capacidade de criar relações de confiança, foram fundamentais para esta ascensão, e têm-nos permitido não só ocupar posições de destaque, mas também transformar a forma como o setor imobiliário se relaciona com o seu ecossistema.
No contexto português, temos assistido a uma crescente participação feminina, com um número significativo de mulheres a assumirem cargos de liderança. Organizações como a WIRE Portugal – Women in Real Estate têm desempenhado um papel crucial na promoção da visibilidade feminina no setor do imobiliário e da construção, através de programas de mentoria, networking e iniciativas que incentivam o empoderamento e a progressão na carreira. Redes de apoio como esta têm-se demonstrado essenciais para fortalecer a presença feminina no setor e garantir que o talento das mulheres é devidamente reconhecido e valorizado.
Mas, apesar dos avanços, os desafios persistem. Não há dúvida de que os homens continuam a ter uma maior representatividade neste setor. Barreiras culturais e estruturais ainda dificultam o acesso das mulheres a cargos de liderança, sendo fundamental continuar a promover políticas de inclusão, de conciliação entre a vida profissional e pessoal e de equidade salarial que valorizem o papel da mulher e o tornem inquestionável. E a mudança passa também pela sensibilização e educação do mercado como um todo, assegurando que as oportunidades são verdadeiramente igualitárias e que as competências, o talento, e, acima de tudo, o mérito em igualdade de circunstâncias são os principais critérios de progressão profissional.
Homens e mulheres trazem perspetivas complementares não só para a mediação imobiliária, mas para áreas que andam de mãos dadas com a mediação, como a construção, a engenharia, a arquitetura e o urbanismo. E não tenho dúvidas de que a desigualdade de género nos cargos de decisão nestes setores impacta diretamente o desenvolvimento das cidades. Termos mais mulheres nestas posições terá um reflexo inquestionável no design e na funcionalidade dos centros urbanos, trazendo benefícios para a sociedade em geral.
Olhando para o futuro, num mês especial para todas as mulheres, julgo que é importante deixar uma palavra de confiança: o crescimento da liderança feminina no imobiliário não é uma tendência passageira, mas sim a constatação de que as mulheres se identificam com esta área de negócio e que têm tanto para dar ao setor. As novas gerações trazem consigo uma mentalidade mais aberta à diversidade, e o mercado tem vindo a reconhecer que a inclusão é um fator de diferenciação e sucesso. Cabe-nos a nós, enquanto líderes, continuar a pavimentar este caminho, criando oportunidades, promovendo exemplos de sucesso e garantindo que as mulheres (no imobiliário e não só) têm o espaço e o reconhecimento que merecem.
Artigo original publicado na Executive Digest