Mercado
Escritórios: Lisboa e Porto com ocupação recorde até novembro
A ocupação de escritório aumentou 75% face ao período homólogo, entre janeiro e novembro.
02/01/2023
Entre janeiro e novembro, foram ocupados 312.000 m² de escritórios em Lisboa e no Porto, um aumento homólogo de 75% face aos 178.000 m² registados em 2021. Trata-se de um recorde histórico na ocupação de escritórios até novembro, revela a JLL no Office Flashpoint.
Lisboa
De janeiro até ao penúltimo mês do ano, a capital registou 259.200 metros quadrados de ocupação de escritórios. A JLL indica que é «um valor nunca visto neste mercado», onde foram concretizados 186 negócios com uma área média de cerca de 1.400 metros quadrados. A área ocupada reflete um crescimento de 88% face ao período homólogo, quando foram tomados 137.900 m².
O Parque das Nações agregou 27% da ocupação anual, refletindo uma forte atividade de pré-arrendamento: foi a localização mais dinâmica no ano de 2022, revela a consultora. As empresas de Serviços Financeiros foram as mais dinâmicas, com 35% da área ocupada no acumulado do ano.
Porto
Na Invicta, a ocupação anual até novembro ascendeu a 52.700 metros quadrados, com um total de 61 operações numa área média de cerca de 900 m². A JLL indica que «esta é uma atividade que apresenta um crescimento de 31% face aos 40.300 m2 ocupados em igual período de 2021».
Matosinhos e o CBD-Baixa somam 35% e 33% do take-up anual, respetivamente. As TMT’s & Utilities são líderes destacados do mercado a Norte entre os setores de procura mais ativos, gerando 51% da ocupação anual.
Para Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL «este ano foi surpreendente para os escritórios. Apesar de termos saído da situação pandémica, logo no início do ano, a conjuntura internacional alterou-se drasticamente com o conflito na Europa e as condições económicas também se agravaram. Isso levantou muitos receios, mas a verdade é que as empresas seguiram os seus planos de mudança de instalações, criaram-se empresas e continuaram a surgir novos ocupantes internacionais no nosso país. Este ano beneficiou também do efeito do regresso ao escritório: muitas empresas só agora estabilizaram o seu modelo de trabalho pós-pandemia e adequaram o seu espaço de ocupação a essas novas realidades. Isso implicou também um fluxo importante de novas ocupações».
A responsável acrescenta que «2022 foi realmente um ano de procura muito intensa. De tal forma que atingimos níveis recorde de atividade e que, mesmo assim, acabou por ser refreada por falta de oferta adequada. Para 2023, estamos expectantes, pois não só partimos de uma base de ocupação em níveis máximos, como se adivinha um ano de grandes desafios ao nível das condições económicas, com impacto no consumo e o respetivo reflexo na atividade de grande parte das empresas potencialmente ocupantes».
Novembro
Em novembro, foram ocupados cerca de 5.300 metros quadrados em Lisboa e 3.200 metros quadrados no Porto. Sofia Tavares refere que «estes últimos meses do ano têm sido menos robustos em termos de ocupação, o que é natural após um período com índices de atividade muito fortes e concretização de negócios de grande dimensão, como aconteceu no verão. Vamos ver como desempenha dezembro, que é tradicionalmente um mês muito forte».
Fonte: VI