Opinião

A Ascensão de Portugal como Destino de Luxo: A Transformação do Sector Hoteleiro

31/07/2023

A Ascensão de Portugal como Destino de Luxo: A Transformação do Sector Hoteleiro

Madalena Falcão

Real Hotels Group

A segunda edição do Barómetro da Organização Mundial do Turismo de 2023 indica que a recuperação total do setor do turismo face aos números anteriores à pandemia está iminente. O documento destaca o regresso no primeiro trimestre de 2023 do número de turistas internacionais, tendo sido alcançados globalmente 80% dos níveis anteriores à pandemia.

E como em todos os regressos há que gerir as mudanças e aproveitar novos momentos de crescimento, em que o sector do Turismo não é exceção. Torna-se, pois, uma realidade que este sector em Portugal, detentor de um parque hoteleiro um tanto debilitado e sedento de modernização e revitalização, tem aproveitado este momento único para se ir posicionando como um destino de luxo. Quando refiro luxo não é aquele velho luxo da marca e do caro, é o novo luxo, aquele que não ostenta, mas sente-se. É quase que um alcançar de uma vida sem esforço.

E Portugal tem todos os ingredientes para se posicionar como destino de topo neste novo luxo, que se identifica com viagens mais tranquilas, ou pelo menos com menos preocupações e mais tempo para relaxar e recarregar as energias na cidade, na praia ou no campo. E nós Portugueses como povo com larga experiência em receber, somos exímios a criar experiências e sensações únicas. E isso é visível com a notável evolução em termos de qualidade do turismo ao nível do surf, do golf, do enoturismo, entre outros, tendo este turista cada vez mais poder de compra, procurando cada vez mais qualidade e que acima de tudo é um turista que parte com vontade de voltar. Somos um destino altamente credível, não só promovemos e comunicamos valor, como no fim do dia entregamos. Quem nos visita volta com um balanço extremamente positivo entre o que gastou e a experiência que teve e isso diz muito da nossa hospitalidade e de quão somos bons no sector do Turismo.

Neste sentido e em conjunto com a abertura para o imobiliário de novas zonas do país, a hotelaria tem registado uma melhoria notável na qualidade dos produtos hoteleiros com a regeneração de edifícios existentes, frequentemente impulsionada pela conversão e reposicionamento de propriedades independentes em hotéis de marca. Estes novos produtos combinam não apenas uma design excecional e verdadeira inovação, mas também um serviço pessoal, amigável, moderno e intuitivo. Além disso, oferecem opções de Food & Beverage e entretenimento genuínas e diferenciadoras, tudo isso num ambiente descontraído onde turistas e locais podem partilhar experiências.

Fazendo um zoom às marcas, em concreto no sector Hoteleiro, tem sido clara a aposta de marcas internacionais como a Marriott, InterContinental e a Hilton, que têm vindo a comunicar ambiciosas estratégias de crescimento e que claramente se têm afirmado com a expansão e abertura de novas unidades em território nacional, sendo de antecipar que nos próximos anos se assista subtilmente a uma entrada e dispersão das marcas internacionais no mercado, não só nos cerca de 130 novos projetos previstos até 2025, como no reposicionamento das unidades existente e nos formatos de resorts turísticos e branded and serviced residences.

Tendo recentemente o sector do Turismo enfrentado uma fase atribulada em que conseguiu evidenciar estar preparado para o pior, se tivermos a sabedoria de preservar os nossos ativos mais valiosos e deixar o Mundo conhecer outros ativos ainda escondidos, como a natureza das nossas ilhas, o património histórico, cultural e artístico do interior do Pais, o agroturismo com as suas adegas e lagares e fazeres e sabores únicos espalhados pelo Pais, entre tantas outras mais valias, mantendo presente os conceitos de responsabilidade, sustentabilidade, qualidade, saúde e segurança, só podemos continuar a esperar o melhor para o sector.

Publicado na Revista Vida Imobiliária