Opinião

A digitalização de um setor cada vez mais verde

19/07/2023

A digitalização de um setor cada vez mais verde

Paula Roque

Revigrés

A transição digital para a Construção 4.0 e a Sustentabilidade colocam desafios exigentes às empresas do setor da construção e do imobiliário.

A transformação digital a que estamos a assistir de forma gradual permitirá, às empresas do setor, enormes ganhos ao nível da eficiência dos processos. Por um lado, facilita o acesso à informação de negócio e a mobilidade na gestão do projeto e, por outro, permite responder com mais rapidez à dinâmica do mercado, aumentando assim a sua rentabilidade.

Esta digitalização reflete-se, não só ao nível de sistemas e processos, mas sobretudo na utilização de novos processos construtivos. A Metodologia BIM (Building Information Modeling), no âmbito da qual os vários agentes envolvidos num projeto trabalham em modelos 3D interativos numa lógica colaborativa, ganha um relevo cada vez maior, contribuindo para a projeção, conclusão e manutenção de edifícios de forma mais rápida, económica e sustentável.

A este nível, está previsto que, a partir de 2025, os profissionais sejam obrigados a submeter os seus projetos de acordo com esta metodologia numa plataforma de licenciamento urbanístico digital nacional. Assim, é imperativo para o setor “apanhar o comboio” do BIM.

De destacar ainda as ferramentas digitais como os simuladores online com recurso à Realidade Virtual ou à Realidade Aumentada, cuja tecnologia – em constante evolução – se revela de extrema relevância para a tomada de decisão de consumidores e investidores.

Os temas da sustentabilidade, descarbonização e eficiência energética são também prementes num contexto em que as preocupações ambientais orientam, cada vez mais, a escolha dos consumidores.

A opção por materiais de origem natural que não contenham plásticos e, em simultâneo, de elevada resistência e durabilidade, contribui para a qualidade do ar no interior dos edifícios, para prolongar o seu ciclo de vida e reduzir o impacto ambiental da sua construção, remodelação e demolição e, consequentemente, para a descarbonização das cidades.

De salientar também as Declarações Ambientais de Produto (DAPs/EPDs) que atestam o impacto dos materiais na saúde humana, ecossistemas e consumo de recursos materiais e energéticos e garantem o cumprimento dos requisitos de sistemas de certificação da construção sustentável de âmbito internacional, como o BREEAM e LEED, contribuindo para a valorização ambiental e económica dos edifícios.

Por último, a implementação de sistemas de domótica e de gestão de energia inteligentes nas habitações é uma tendência crescente que tem como resultado a obtenção de ganhos significativos ao nível da eficiência energética.

A sustentabilidade passa não só pelo que as empresas do setor podem fazer para dar resposta às necessidades e exigências do mercado, mas também pelas medidas que implementam para reduzir o impacto ambiental da sua atividade.

Notícia Publicada Jornal Público Imobiliário