Os tempos modernos e o botão "fast forward"

Muito se fala sobre o estado do mundo nestes tempos modernos, em que os dias acontecem numa espécie de versão acelerada, a lembrar o botão do “fast forward”.

Sinceramente, não sei precisar quando é que passámos a assumir que a vida tem um lado A (pessoal) e um lado B (profissional), mas algures no tempo estes dois planos ganharam uma dimensão que nem sempre é a mais saudável. Entre as dinâmicas familiares do dia a dia e os objetivos a que nos propomos no trabalho, fora os momentos de lazer e pausas que tiramos a correr para nós, uma coisa é certa: na maioria dos casos, somos muitos (auto)exigentes.

Este querer chegar a tudo, fazer acontecer, produzir ao máximo, cuidar e desfrutar da vida sempre de sorriso nos lábios, tem-nos colocado numa corrida contra a velocidade do próprio tempo. Pois bem, lamento informar que nem sempre chegaremos para tudo porque somos pessoas e não polvos, apesar do seu nível de inteligência. O que me remete para a necessidade de alcançar um equilíbrio entre todas as frentes da minha vida, seja a minha vida pessoal, seja a profissional ou a académica. A expressão balanced-life que, nesta fase da minha vida, encaro de outro lugar. No meu caso, deixei de sentir culpa ao assumir que não consigo ser a “super mulher” e que posso falhar redondamente em varias frentes e muitas vezes até em todas ao mesmo tempo! Mas uma coisa é certa, dou o meu melhor em todas as escolhas que faço e opto por estar em plena consciência em cada decisão que tomo. Por isso acredito muito mais no blended-life, um conceito que nos mostra como é possível combinar a família, o lazer e o trabalho. Basta sermos mais flexíveis, estabelecer limites e gerir bem as expectativas (nossas e dos outros), escolhermos bem onde vamos colocar a nossa energia e rodearmo-nos das melhores pessoas, seja dentro e fora de casa. Por fim, dê por onde der, é crucial conhecermo-nos bem, ouvirmos o nosso corpo e confiarmos em nós e na nossa intuição.

#trabalho #energia