Opinião

Perspetivas favoráveis para a mediação

21/02/2022

Perspetivas favoráveis para a mediação

Beatriz Rubio

Remax Portugal

A pandemia teve o seu maior impacto em 2020 pela elevada incerteza que originou nos mercados internacionais, assim como pelas fortes restrições aos movimentos de pessoas e capitais. 2021 revelou já ser um ano de recuperação, com o regresso progressivo a índices do passado e com o aumento da confiança dos investidores.

Apesar de ainda pautado pelo contexto pandémico, 2021 revelou uma imagem do imobiliário que saiu reforçada como um setor resiliente, como uma alternativa credível e relativamente segura para investimento a longo prazo, sendo, pois, procurado por investidores como forma de rentabilização do seu capital e reforçando ainda mais os índices de procura.

O ano passado foi marcado por algum aumento da procura, sobretudo nos últimos meses do ano, atendendo às expetativas mais positivas sobre a evolução económica do país (retoma do crescimento e reabertura das atividades), por uma certa mudança nas preferências dos compradores (que privilegiam hoje mais os imóveis com espaços exteriores, em zonas semiurbanas ou até mesmo terrenos para construção) e o regresso dos investidores internacionais que vêm o mercado imobiliário nacional como um destino seguro e com boa rentabilidade para os seus capitais.

Foi notório que os principais desafios foram confrontados em 2020, com a redução simultânea da oferta e da procura, aos quais o mercado reagiu globalmente bem, reforçando a imagem de resiliência do setor. Neste sentido, para 2022 é necessário acompanhar a evolução dos índices de oferta (quer em quantidade, quer em diversidade e dispersão territorial), a estabilidade das taxas de juro (uma importante fatia das aquisições é realizada com recurso ao crédito, sendo a subida da inflação uma preocupação a ter em conta), os preços dos matérias-primas e materiais necessários à construção de novas habitações (pois têm um impacto direto no preço a que são colocados no mercado) e a atratividade do mercado ao investimento internacional (além de representarem uma importante fatia da procura, os investidores internacionais são também responsáveis pela reabilitação de muitos imóveis e recolocação dos mesmos no mercado.

As perspetivas para o mercado de mediação imobiliária são naturalmente favoráveis. As perspetivas de recuperação a médio e longo prazo são positivas e sendo a compra de uma casa um investimento de longa duração, também por esta via se justifica uma certa estabilização dos preços. Em complemento, a boa adaptação à nova realidade, baixas taxas de juro, entre outros fatores, todos no seu conjunto conduzem e conduzirão a uma estabilização dos preços. As casas continuaram a ser avaliadas pelos critérios que usualmente se aplicam, como a localização, o estado de conservação, as acessibilidades, as áreas, mais do que pelo único critério de crise pandémica.

Em resumo, se o mercado imobiliário, mesmo neste contexto pandémico, revelou-se forte e resiliente, então num contexto de crescimento e algum otimismo, avançado pelos diversos organismos nacionais e internacionais, primará por uma evolução favorável, que se irá refletir no reforço da atividade e expansão.