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O papel do ESG e da Arte na valorização do imobiliário

Por ocasião da 2ª Conferência Anual da WIRE, tive o gosto de poder moderar a sessão “ESG & Arte: o caminho para a valorização do imobiliário”, (conteúdo que criei com a ajuda de algumas associadas da WIRE, Florence Ricou, Rita Júdice e Ana Rita Figueiras,

18/05/2023

O papel do ESG e da Arte na valorização do imobiliário
Margarida Caldeira1

Esta sessão ocorreu no passado dia 4 de Maio, no âmbito do Ciclo de Conferências do Salão Imobiliário de Lisboa, e para o qual convidei vários profissionais do setor imobiliário como Marina Ostrowski (World of Os), Gregory van der Elst (Atenor) e João Cristina (Merlin Properties), bem como uma especialista em ESG, Norma Franco (EY), que nos lançou o mote para a conversa.

Não há dúvida que o setor imobiliário tem um papel fundamental a desempenhar no ESG. Gerir um negócio sustentável do ponto de vista social e ambiental é o fator mais importante para uma transformação organizacional bem-sucedida, no setor imobiliário, nos próximos 20 anos.

Embora o clima económico possa dificultar os esforços de alinhamento do ESG, o impacto social nos inquilinos, devido às rendas elevadas e aos custos energéticos crescentes, não pode ser ignorado. É cada vez mais importante garantir uma qualidade de excelência, alinhar objetivos financeiros, ambientais e sociais, no sentido de reter tenants e reter talentos nas empresas.

O setor imobiliário começa a focar-se no impacto social, evoluindo para programas mais abrangentes, com projetos ligados ao valor social, como soluções de saúde e bem-estar, que cumprem metas de diversidade e princípios de equidade.

É importante promover a interação, a criatividade e o envolvimento da comunidade nos espaços de escritórios e de comércio, nos empreendimentos de uso misto, tal como nos empreendimentos residenciais. O setor imobiliário está cada vez mais consciente do seu papel e obrigações na sociedade, e a diversidade, igualdade e inclusão (DEI) desempenham um papel crucial na promoção de políticas socioeconómicas nas organizações. A verdade é que o setor imobiliário enfrenta vários desafios, tais como o mercado de trabalho restrito, as pressões sobre a oferta de habitação e a crise de segurança energética na Europa, mas as pequenas mudanças podem ter um grande efeito e o setor deve aproveitar o atual clima económico para acelerar esta mudança. 

E onde entra a Arte nesta valorização dos ativos imobiliários?

Em minha opinião, no mundo atual, todas as atividades corporativas têm impacto nas preocupações e questões sociais, ganhando cada vez mais relevância na arquitetura e no setor imobiliário. Ao mesmo tempo, no mundo da arte, o uso da criatividade como forma de expressão para despertar o interesse das pessoas por questões sociais é assumida como uma forma de compromisso social. Através da arte despertamos para vários temas, e ao incluirmos a arte nos nossos projetos promovemos também a consciencialização. Pelo que, sem dúvida, o contributo da Arte para cumprir os três fatores do ESG, nomeadamente o “s”, é quanto a mim um enorme contributo. Num mundo cada vez mais tecnológico, é bom saber que a Arte e a Cultura, continuam com um papel ativo na economia global!
Fonte: Público Imobiliário

Linkedin Margarida Caldeira